31 Jul Fiat reconstrói estrutura em Portugal e quer chegar ao pódio
Grupo tem planos para aumentar a rede depois de ter perdido concessionários históricos. Este ano lança dez novos modelos.
O grupo Fiat Chrysler Automobiles quer voltar a estar, a médio prazo, no pódio das vendas de automóveis ligeiros no mercado nacional. Depois de uma retirada estratégica quando a troika chegou e o mercado caiu a pique, a empresa volta a apostar numa estrutura específica para Portugal (em vez de trabalhar o negócio a partir de Madrid), com um novo director-geral delegado e contratação de pessoal.
Chegado em Outubro à Fiat em Oeiras, vindo da casa-mãe em Turim, Artur Fernandes lembra que o mercado português foi dos que “mais sofreram” na Europa com a crise dos últimos anos e acredita que tem agora muito por onde crescer. Para já, a marca Lancia vai “hibernar durante uns tempos” por causa da parceria industrial com a Chrysler. Já a americana Jeep passará a apresentar-se em concessionários com a Alfa Romeo, numa estratégia de puxar pela imagem das duas marcas – uma de todo-o-terreno, outra desportiva – e colocá-las como as mais prestigiadas do grupo.
A Fiat continuará a explorar os conceitos de “fun to drive” e “value for the money” com o modelo Panda e o relançado Tipo, neste caso com uma aposta no aluguer e nas frotas. Vai também puxar pelo revivalismo com o modelo 500, que reconquistou um público com “bom poder de compra e feminino que não entrava nos showrooms da marca há décadas”, descreveu ao PÚBLICO o director-geral. A reedição de modelos nostálgicos tem ajudado a levantar a fasquia junto de alguns públicos e é isso que a Fiat pretende também com o renascimento, 50 anos depois, do 124 Spider, que estará no mercado em Outubro. Na Alfa Romeo estreia-se o Giulia. A marca Abarth, que faz a derivação dos modelos desportivos, terá as versões 500 Abarth e o 124 Spider Abarth. Na Fiat Professional é lançada a pick-up Fullback (para substituir a Strada) e a Talento (de transporte de mercadorias), e renovada a Fiorino.
O grupo está também a fazer um plano de desenvolvimento da rede, depois de ter perdido concessionários históricos, como a Mundauto (Porto), Ficacém e Fimafra, e pretende cobrir territórios onde não tem representação, como Loures, Sintra, Gaia e Porto, enumera Artur Fernandes. A rede tem que manter espaços de venda e de assistência, já que a maior fatia da rentabilidade do negócio vem dos serviços pós-venda – a Fiat tem um parque assistido com idade média superior a seis anos. “É um negócio de milhões para ganhar tostões”, diz o responsável, prevendo que seja preciso aumentar os actuais 500 trabalhadores.
Fonte: Jornal Público
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