Australianos da Lepidico querem lítio português
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Australianos da Lepidico querem lítio português

Australianos da Lepidico querem lítio português

Há mais uma empresa mineira australiana interessada no lítio português. Responsáveis da multinacional Lepidico, sediada em Perth, na costa ocidental da Austrália, estiveram esta semana em Lisboa, onde se reuniram com responsáveis governamentais, autarcas e gestores da Felmica, uma das principais operadoras na área do lítio em Portugal.

O Expresso apurou que aquela empresa tem ligações à gestora de fundos Oxy Capital, que agora detém a maioria do capital do grupo Mota Mineral (proprietário da Felmica e das respetivas concessões mineiras). O encontro terá servido para clarificar até onde poderá ir a colaboração entre a Lepidico e a Felmica, na área da exploração do lítio, sendo, para já, de excluir uma venda da empresa portuguesa à multinacional mineira australiana.

Algumas fontes do sector adiantaram ao Expresso que a Oxy Capital chegou a admitir a venda separada de várias empresas daquele grupo. Algo que fonte da Oxy diz não ter qualquer fundamento.

Certo é o interesse da Lepidico — depois das suas concorrentes também australianas Dakota Minerals e Slipstream — na exploração mineira do lítio em território português.

A razão é muito simples: a procura mundial daquela matéria-prima continua a aumentar de ano para ano e o preço por tonelada (de carbonato de lítio) passou dos 5000 dólares, no início de 2016, para o patamar dos 15 mil dólares, nos primeiros meses de 2018.

5º produtor mundial

Alguns estudos internacionais de bancos, consultoras financeiras e até petrolíferas apontam para um verdadeiro ‘disparo’ na procura de carros elétricos na próxima década, passando dos atuais cerca de 2 milhões de automóveis para 20 milhões em 2030. Isso poderá exigir seis vezes mais carbonato de lítio do que o atualmente utilizado no mercado mundial.

Ora, como as baterias dos carros elétricos são precisamente feitas à base de lítio e, por outro lado, como Portugal é o 5º maior produtor mundial daquela matéria-prima (segundo o mais recente relatório do Departamento Geológico norte-americano), facilmente se percebe — de acordo com vários analistas contactados pelo Expresso — a apetência de várias multinacionais mineiras por Portugal.

Recorde-se, porém, que o lítio explorado na mina do Seixo Amarelo (Gonçalo — Guarda) não é encaminhado diretamente para a indústria automóvel. Na verdade, é quase todo encaminhado para a indústria cerâmica, em forma de concentrado de lítio, onde é utilizado como fundente. É misturado com as matérias-primas de base com que se fabricam as cerâmicas para que seja atingido mais rapidamente o ponto de fusão ideal para o respetivo processamento. Isto significa poupança de energia e, por consequência, diminuições consideráveis de emissões poluentes para a atmosfera.

Os teores químicos de ocorrência do lítio no minério extraído em Portugal raramente ultrapassam o limiar de 1% (um quilograma de lítio em cada 100 quilogramas de ‘escombros’ litiníferos recolhidos). Segue-se um processo químico de enriquecimento do concentrado de lítio da ordem de 4 a 10 vezes o teor inicial, consoante se parte de minérios mais ricos ou mais pobres, respetivamente.

O processo metalúrgico destina-se a destruir a estrutura cristalina dos minerais portadores do lítio, para libertar este metal das ligações a outros elementos. Uma operação complexa que exige temperaturas de processamento acima de 800° C. São, então, obtidos compostos com o chamado ‘teor técnico’ abaixo de 99%, ou com o ‘teor para baterias’ na ordem de 99,5%, ou mesmo de ‘alta pureza’, acima de 99,9%. Só que isto ainda não se faz em Portugal.

Há quem admita, porém, que os australianos da Lepidico podem querer investir nesta fase industrial do ciclo do lítio.

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